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sábado, 6 de junho de 2015

Assuntos Estratégicos: Educação Profissional – Determinantes e Motivações

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Pátria Educadora é proposta preliminar e deve ser debatida, diz Mangabeira Unger



  • 20/05/2015 08h48
  • 20/05/2015 10h52
  • Brasília
Mariana Tokarnia e Oussama El Ghaouri - Repórteres da EBC Edição: Lílian Beraldo

O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, concede entrevista sobre o projeto Pátria Educadora (José Cruz/Agência Brasil)O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, concede entrevista sobre o projeto Pátria EducadoraJosé Cruz/Agência Brasil
O governo pretende fazer uma reforma em toda a educação básica brasileira. A proposta inclui a formação de professores, a criação de escolas experimentais e o maior uso de tecnologias, de acordo com o documento Pátria Educadora: A qualificação do ensino básico. Para o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, Mangabeira Unger, responsável pelo estudo, a participação da sociedade civil será fundamental para que as mudanças se consolidem. Ao ser apresentado a especialistas e parlamentares, o Pátria Educadora recebeu diversas críticas. Entre elas a de que o documento não inclui as metas previstas no Plano Nacional de Educação (PNE) e não contou com a participação do Ministério da Educação (MEC). Além disso, na avaliação de especialistas, o documento propõe uma ação direta nas escolas, o que foi considerado intervenção federal.
Outros pontos controversos tratados no documento são: o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) digital, a capacitação de diretores e o afastamento daqueles que obtiverem, de forma consecutiva, baixos rendimentos na escola onde trabalham. Há ainda a intenção de oferecer um ensino diferenciado tanto aos alunos que apresentarem maiores aptidões às disciplinas quanto àqueles que apresentarem pior rendimento.
Em meio às polêmicas com a divulgação do documento, o ministro Mangabeira Unger recebeu a equipe de reportagem da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Durante a entrevista, ele ressaltou que a "realidade do ensino básico no Brasil é calamitosa" e que o país precisa encontrar uma solução de forma urgente. Para ele, discussões sobre as diferenças entre o PNE e o Pátria Educadora não devem ser o ponto central da discussão. Ele defendeu a união de forças em prol do "enfrentamento da realidade". O ministro destacou que o documento está em fase de elaboração e que quer contar com a ajuda de especialistas e da sociedade civil para aprimorá-lo.

Saiba Mais

Leia abaixo os principais trechos da entrevista:

EBC: O documento foi criticado por se distanciar do Plano Nacional de Educação (PNE) e dar prioridade a questões que não foram debatidas amplamente pela sociedade em quase quatro anos de tramitação.
Mangabeira Unger: O que está nessa proposta não é o único caminho, é um caminho, é uma interpretação do que está no Plano Nacional de Educação. Mas não tenhamos a ilusão de supor que o PNE já é um projeto de transformação, claramente não é. É um conjunto de metas, de processos e de abstrações. Tratemos da realidade. O elemento mais importante não é o contraste de propostas [entre o PNE e o Pátria Educadora] é o enfrentamento da realidade. A realidade do ensino básico no Brasil é calamitosa. No final do ensino médio, metade dos alunos não consegue ler um texto e a outra metade que consegue ler um texto tem dificuldade em entendê-lo. Se ficarmos nisto, com uma população que não consegue lidar com a palavra escrita, que não consegue destrinchar o pensamento analiticamente, vamos ficar condenados a exportar soja e minério de ferro por toda a vida. É esta a realidade, é este o problema. Não sou eu que estou trazendo esse problema ao propor soluções controvertidas, o problema está diante de nós.
EBC: O PNE estabelece a regulamentação do Custo Aluno Qualidade (CAQ), verifica quais são as necessidades da escola, incluindo salários, infraestrutura e outros aspectos, e estabelece quanto é necessário de investimento para garantir isso. No documento [Pátria Educadora] nada vai diretamente ao encontro do CAQ. O governo pretende acelerar a regulmentação do CAQ para que o PNE funcione?
Mangabeira: O CAQ é um critério muito útil, mas talvez não deva ser o único. Talvez, devemos levar em conta critérios múltiplos. Estamos abertos. Esse documento preliminar tem o objetivo de provocar uma discussão nacional.
EBC: O documento trata da cooperação federativa, como será essa cooperação?
Mangabeira: A cooperação federativa é a primeira preocupação dessa proposta. Precisamos de mecanismos de redistribuição dentro da federação. Redistribuição de recursos, de lugares mais ricos para os lugares mais pobres. O Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação] é levemente redistribuído porque assegura o mínimo, ele procura levantar os estados mais carentes àquele mínimo. A proposta sugere que há diferentes maneiras de alcançar esse objetivo. Uma maneira seria aumentar o sentido redistribuidor do Fundeb. Outra maneira seria financiar medidas de redistribuição com base no FNDE [Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação]. E a terceira maneira seria criar um terceiro fundo. Todas essas opções estão abertas.
EBC: Pátria Educadora fala de uma Prova Nacional Docente. Do que se trata essa avaliação? Há o risco de se criar uma espécie de Enem para os professores e fazer com que as faculdades corram atrás apenas do que é cobrado nessa avaliação?
Mangabeira: Não há isso no documento. Há a ideia de uma prova como há em outras profissões, advogados, médicos. Uma prova que inclusive ajudaria a facilitar a mobilidade dos professores dentro da federação. Mas uma coisa deve ficar clara, o Estado não deve financiar a formação de professores em instituições privadas com o objetivo de lucro indefinidamente. Aquele financiamento tem que estar condicionado a critérios de desempenho e de qualidade. [A avaliação] Não é para os docentes é para as instituições que formam esses docentes. Essa prova é um instrumento poderoso para influenciar na formação do professores.
EBC: Após o debate com especialistas e parlamentares, o que a SAE considera que pode mudar no documento?
Mangabeira: Estamos apenas nas etapas iniciais desse debate. Há muitos mal entendidos que já ficaram patentes nesse primeiro momento de discussão. Vou dar um exemplo. Na cooperação federativa, um dos pontos cruciais é: o que fazer quando uma rede escolar local caia repetidamente abaixo do patamar mínimo aceitável de qualidade? A qualidade da educação que uma criança recebe não pode depender do atraso do lugar onde ela nasce. Se a educação numa escola não alcança o patamar mínimo, precisamos consertar. Consertar como? Juntando recursos dos três níveis da federação para apoiar aquela rede, mas se o apoio não é suficiente tem  que haver no final um resgate. Os três níveis se juntam em órgãos conjuntos que assumiriam aquela escola temporariamente, mobilizariam recursos adicionais, consertariam o que é defeituoso e no final devolveriam aquela escola para a rede.  Isso não é intervenção federal. Isso é uma ação transfederal, ação cooperativa dentro da federação para assegurar o direito da criança. O direito da criança se sobrepõe às prerrogativas do diretor local.
EBC: Por que a presidenta fez essa solicitação à SAE e não ao MEC?
Mangabeira: Em cada momento eu trabalhei com o Ministério da Educação conjuntamente. Isso é uma construção comum. Eu creio que a razão mais importante para a presidenta ter atribuído essa função a Assuntos Estratégicos é que ela que quer conduzir o processo. Assuntos Estratégicos é sempre assessoria e braço da presidência. Formalmente faz parte da presidência.
EBC: O governo pretende aplicar o que foi apresentado no Pátria Educadora?
Mangabeira: Nós não estamos comprometidos com essas ideias preliminares. A Pátria Educadora é o projeto prioritário do governo, o seu conteúdo é que está sendo debatido e esse documento propõe um debate do conteúdo ao apresentar ideias preliminares.

Pátria Educadora: A Qualificação do Ensino Básico como Obra de Construção Nacional


"Este documento, proposta preliminar para discussão, apresenta
diretrizes de um projeto nacional de qualificação do ensino básico. O
documento divide-se em duas partes.
A primeira parte -- A TAREFA -- esboça o ideário do projeto. A segunda
parte -- INICIATIVAS -- elenca conjunto de ações que, executadas em
ordem sucessiva, começariam a dar realidade ao ideário."

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA/SECRETARIA DE ASSUNTOS ESTRATÉGICOS


Baixe o Documento AQUI

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Observatório internacional de formação continuada será criado em MT

19/05/2015 

 
A proposta de criação de um ambiente comum no qual várias experiências possam se tornar acessíveis foi discutida, no último dia 18, entre a Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT) e integrantes do Programa de Apoio ao Setor Educativo do Mercosul (Pasem). Trata-se de um Observatório Internacional de Formação Continuada de Docentes em Serviço, que pretende fomentar estudos e pesquisas, promover encontros, compartilhar conhecimento e analisar a implantação de políticas públicas em formação continuada de professores nos países membros, entre outros.
 
De acordo com assessor da Seduc e coordenador em Mato Grosso do Pasem, Kilwangy Kapitango-a-Samba, a ideia surgiu durante o Seminário Internacional de Formação Continuada e Docentes em Serviço, realizado em Cuiabá, entre os dias 11 e 19 de maio, pela Seduc em parceria com o Laboratório de Metodologia Científica e Grupo de Pesquisa em Educação, Políticas Públicas e Sociedade da Universidade Estadual de Mato Grosso (GPEPPS/UNEMAT/CNPq). "Nossa intenção é ampliar o debate e dar continuidade às atividades desenvolvidas durante o evento", destacou, acrescentando que o programa será resultado da parceria institucional entre Seduc e Unemat.  
 
A iniciativa foi elogiada e apoiada pelo secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto, visto que o Observatório teria como sede Mato Grosso e utilizaria a infraestrutura disponível das instituições, como a própria secretaria e a Unemat. "Será uma importante ferramenta para produzir e disseminar informações, promover a pluralidade de opiniões no debate e compartilhar boas práticas sobre um assunto extremamente importante para nós que é a formação continuada de nossos professores, além de subsidiar os Centros de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica de Mato Grosso (Cefapros) com exemplos de experiências de sucesso que promovem a formação e o desenvolvimento profissional docente", avaliou.
 
 
 
O próximo passo será a produção de documento que estabelece as bases e conceitos para a criação do Observatório, a ser entregue pela comissão à secretaria ainda no mês de junho. 
 
Além de representantes do Paraguai, Uruguai, Argentina, participam do encontro com o secretário emissários das secretarias de Estado de Educação do Amapá e Rondônia, Universidades Federal do Ceará (UFC) e Estadual de Londrina (UEL).
 
Seminário – O evento reuniu cerca de 150 profissionais da educação, entre eles docentes da Educação Básica, professores universitários formadores de professores, gestores educacionais e estudantes universitários, para discutir processos e práticas educacionais inovadoras, experiências bem sucedidas e perspectivas estratégicas no contexto do Mercosul.
 
Foram debatidos assuntos como a relevância e emergência da formação continuada; as experiências e perspectivas em gestão, implementação e avaliação de políticas, uso de tecnologia de informação e comunicação em formação continuada.
Viviane Saggin
Assessoria Seduc/MT

Disponível em: <http://www.seduc.mt.gov.br/Paginas/Observat%C3%B3rio-internacional-de-forma%C3%A7%C3%A3o-continuada-ser%C3%A1-criado-em-MT.aspx>. Acesso em: 20/05/2015

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Seduc inicia seminário internacional de formação continuada


 ​​​ Cerca de 150 profissionais da educação começaram a discutir nesta segunda-feira (11.05) processos e práticas educacionais inovadoras, experiências bem sucedidas e perspectivas estratégicas no contexto do Mercosul. A programação faz parte do Seminário Internacional de Formação Continuada e Docentes em Serviço, que segue até o dia 15 de maio, no Mato Grosso Palace Hotel, em Cuiabá.


Durante toda a semana serão debatidos assuntos como a relevância e emergência da formação continuada; as experiências e perspectivas em gestão, implementação e avaliação de políticas, uso de tecnologia de informação e comunicação em formação continuada em instituições no Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Entre os participantes estão docentes da Educação Básica, professores universitários formadores de professores, gestores educacionais e estudantes universitários e demais interessados.

Na abertura, o secretário Adjunto de Políticas Educacionais da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT), Gilberto Fraga, destacou que o seminário reúne diversos profissionais comprometidos com o ensino e dispostos a evoluir na tarefa de ensinar. “Nos próximos dias, teremos a oportunidade de, acima de tudo, compartilharmos experiências, algumas extremamente exitosas, tanto do Brasil, quanto dos países do Mercosul. Que nessa reflexão possamos nos apropriar desses conhecimentos e ganharmos tempo que já não temos mais”, afirmou, se referindo à implantação de políticas públicas, estratégias e pesquisas que possam contribuir para o avanço da educação.

Segundo Fraga, Mato Grosso tem um enorme desafio no que se refere à educação. Além da diversidade, muitas vezes inimaginável, dimensões continentais e dificuldades de acesso às localidades, o Estado possui professores que apresentam fragilidade na formação inicial, o que impacta diretamente na execução das suas práticas como docente. “Me refiro a um diagnóstico já realizado. O que precisamos é saber quais são essas dificuldades e como superá-las, e qualificar nossos profissionais”, destacou.

Nesta tarefa, o secretário afirmou ainda que a pasta conta com a importante parceria dos Centros de Formação e Atualização de Professores (Cefapros) e da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat). As instituições promovem ações e discussão dos desafios colocados, no atual contexto educacional, para os formadores de educadores e para os que planejam e coordenam ações de formação continuada de professores.

Para a professora Izaura Maciel, que atua na educação especial e como intérprete de Libras, a formação continuada dever ser vista como parte integrante do trabalho docente, e a participação de eventos como o seminário é também de grande relevância, neste sentido. “A expectativa é que o evento traga novas experiências de outros países e estados que possam contribuir para o avanço da educação básica, para que o aluno se torne agente do seu aprendizado. Em encontros como este, muitas vezes, detectamos nossas carências e vemos exemplos concretos de como promover a melhoria das nossas atividades e da educação.”

A abertura contou com a presença das representantes da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), Profª Drª Izabel Lima Pessoa, da Reitoria da Unemat, da Pró-Reitora de Ensino de Graduação da Unemat, Profª Drª Vera Maqueia, do Reitor do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), José Bispo Barbosa, do presidente do Conselho Estadual de Educação, Carlos Alberto Caetano, do coordenador em Mato Grosso do Programa de Apoio ao Setor Educacional do Mercosul (Pasem), Profº Drº Kilwangy Kapitango-a-Samba, Otair Rodrigues Rondon Filho, superintendente de Formação da Seduc,​ além do deputado Wilson Santos, presidente da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura e Desporto da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL/MT).

O seminário é uma realização da Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT), em parceria com o Laboratório de Metodologia Científica e Grupo de Pesquisa em Educação, Políticas Públicas e Sociedade da Universidade Estadual de Mato Grosso (GPEPPS/UNEMAT/CNPq), e conta com o apoio do Estudos de Filosofia e Formação da UFMT e financiamento do Programa de Apoio ao Setor Educacional do Mercosul (Pasem).
VIVIANE SAGGIN
Assessoria/Seduc-MT

FOTE: <http://www.seduc.mt.gov.br/Paginas/Seduc-inicia-semin%C3%A1rio-internacional-de-forma%C3%A7%C3%A3o-continuada.aspx>.
Acesso em:  11 de mai. 2015.

sábado, 2 de maio de 2015

Das carteiras escolares para a produção de conhecimento

Feira de ciências
Das carteiras escolares para a produção de conhecimento
18/02/2015
Adolescente ou aborrecente? A piada até faz sentido, mas se engana quem pensa que a juventude só traz ‘aborrecimentos’. Que tal entrar em uma sala de aula na escola perto da sua casa e descobrir que ali, em uma das carteiras, está um cientista? E cientista de verdade, que faz pesquisa, vai a campo, inventa, descobre. 
Ou se você é um aluno, que tal você ser o cientista? Já pensou nisso? Parece difícil?  Mas nem é tanto. Uma prova disso foi a Feira de Ciências na Escola. Nela, foram apresentadas dezenas de pesquisas vindas do Estado inteiro. Alunos e professores se reuniram em Cuiabá, em novembro de 2014, para mostrar suas descobertas e frutos do trabalho. 
Uma feira de ciências também se torna espaço para desenvolvimento de novas ideias e possibilidades. Já imaginou alunos do ensino médio saindo do interior de Mato Grosso para falarem sobre bioindicadores, degradação do pasto, cromatografia, automação e robótica? Pois esses foram alguns dos trabalhos apresentados. 
O professor doutor Kilwangy kya Kapitango-a-Samba, docente da Unemat e assessor da Seduc que coordenou o evento, afirma que a Feira de Ciências mostra muito mais que trabalhos de escola. O aluno precisa sentar com o professor, elaborar um projeto, estudar e desenvolver uma pesquisa de caráter introdutório, o suficiente para experimentar a produção de conhecimento, com certo rigor metodológico e analítico.
Para Kapitango-a-Samba, feiras de ciência são espaços para produzir conhecimento. 
Foto: Daniel Morita

Segundo o professor Kapitango-a-Samba, ocorreram outras feiras de ciências, já na década de 1990, em âmbito estadual. Nos anos mais recentes, outras tentativas de juntar jovens pesquisadores de todo o Estado acabaram trazendo alguns problemas. Algumas edições da Mostra Científica, por exemplo, não ofereceram prêmios aos estudantes e professores, o que causou desestímulo, pois a premiação é uma tradição deste tipo de evento.
Apesar disso, a Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso [Seduc-MT] resolveu, em 2014, reformular a feira, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico [CNPq]. Em 2014, doze trabalhos foram classificados para ganhar bolsa de iniciação científica júnior e um notebook para cada professor orientador. A bolsa é um auxílio financeiro para os alunos, que dura um ano para que ele continue a pesquisar. Além disso, os dois primeiros colocados ganharam vagas na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia, que acontece em março, em São Paulo. 
Para 2015, já está sendo organizada uma segunda edição da feira, dessa vez com 20 bolsas para os projetos. Confira e se mantenha informado no blog da FECEB-MT.
  
Vencedores
Mesmo com o desânimo causado pela falta de prêmios nos anos anteriores, a edição de 2014 recebeu muitas inscrições, e alguns números são interessantes. Dos 61 trabalhos aprovados, 55 vieram do interior de MT. E de todas as escolas que enviaram trabalhos, apenas uma não era da rede pública. Além disso, o professor Kapitango-a-Samba ressalta a presença de dois projetos de pesquisa dos alunos da educação especial.
Para ele, a presença maciça de escolas do interior pode ser um reflexo da vontade desses alunos. “No interior as oportunidades, muitas vezes, são menores que nos centros urbanos. Daí que a vontade de fazer e abraçar uma chance talvez seja maior nos alunos”.
Dois projetos apresentados foram classificados em primeiro lugar e encaminhados para a mostra nacional, que acontece no próximo mês, na capital paulista. Um deles é da aluna Deborah Guedes, 16 anos, de Barra do Bugres. A aluna da escola estadual Alfredo José da Silva conta que a ideia surgiu com o desperdício de alimentos que acontecia no refeitório da escola. Junto com a professora Laura Aparecida de Amorim, ela elaborou um questionário que foi respondido por 104 alunos do ensino médio.
Deborah Guedes (direita), com sua professora Laura Amorim. De Barra do Bugres, seu trabalho foi credenciado para a etapa nacional
(Foto: Fanpage da escola no Facebook)
Depois de analisar os dados, elas concluíram que o desperdício também acontece em casa. “A gente achava que acontecia como um descaso pelo público. Mas vimos que isso, muitas vezes, vem de casa”. Com o apoio da bolsa que ganhou na feira de ciências, ela pretende agora realizar oficinas e cursos de práticas alimentares e aproveitamento dos alimentos. 
Outro trabalho finalista foi o de Willyan Araújo, da escola Alexandre Quirino de Souza em Porto Alegre do Norte. Usando peças compradas ou reaproveitadas, ele desenvolveu um robô para ser usado em operações táticas da polícia e bombeiros. Willyan conta que aprendeu a lidar com a mecânica, eletrônica e linguagens de programação sozinho, pesquisando. Com o apoio das professoras Maria Rosalina e Lucia Eni, ele inscreveu o trabalho na feira e ganhou o primeiro prêmio.
 
De Porto Alegre do Norte, Willyan Araújo exibe experimento que foi classificado à final nacional.
(Reprodução/Agência da Notícia)

A professora Rosalina reforça a importância dos trabalhos científicos na escola. “É importante para o aluno. Eu incentivo muito isso, e tem dado resultados bons. Além desse, o município também já foi premiado em feiras do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT)”. O desafio agora é aperfeiçoar a pesquisa. Hoje, Willyan estuda no IFMT, o que deve ajudar na continuidade do seu projeto.
Segundo conta o professor Kapitango-a-Samba, as duas vagas para trabalhos na feira nacional foram uma surpresa, e não estavam previstas no regulamento, nem no orçamento. Por conta disso, a Seduc não pode auxiliar financeiramente as viagens dos alunos para apresentação dos trabalhos. Por enquanto, eles ainda estão buscando patrocinadores e colaboradores para os custos de viagem e estadia. Willyan conta que já recebeu apoio de algumas pessoas, mas ainda falta bastante. Para a etapa nacional, ele está preparando um projeto para agricultura de precisão.
Atualmente, Willyan estuda no IFMT e busca recursos para viabilizar sua ida à etapa nacional.
(Foto: Daniel Morita)
Educar pela pesquisa
Para o professor Kapitango-a-Samba, tanto na universidade quanto na educação básica é muito importante o trabalho de campo e a iniciação à pesquisa. “Em termos de produção de conhecimento, o ensino fechado no uso de lousa e livro didático favorece apenas a reprodução do conhecimento. Precisamos sair dessa mera reprodução para alcançarmos níveis mais esclarecedores de como o conhecimento se produz. No mínimo, fazer aulas experimentais e de reflexão crítica favorece mudanças e gera novas visões no aluno”. 
Ao falar de moléculas ou forças, coisas que não vemos, fica mais fácil de entender em um laboratório, onde tudo isso vai ser representado e visto pelos alunos. “Nós saímos do abstrato e vamos para o prático. Porque o mundo onde vivemos não é abstrato. Ele é concreto, é prático”. 
E, a função do experimento vai além disso. Os professores e alunos podem descobrir, criar e se transformar em geradores de conhecimento. E isso incentiva a criatividade dos jovens. “Fala-se muito em inovação, mas a criatividade é ainda mais importante. O inovador não é sempre criativo, mas o criativo é sempre inovador”, finaliza o professor Kapitango-a-Samba.
Imagem de capa: Seduc-MT
Daniel Morita

Fonte: Revista Fapemat Ciência. Disponível em:<http://www.revistafapematciencia.org/itciencia/noticia.asp?id=672>. Acesso em 2 de mai. 2015.

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